Pressão atmosférica demasiado elevada,
todos os sistemas biomecanicos a falhar
em cadeia, nas zonas mais frágeis da pele
abrem-se fissuras e sangram onde
existiam feridas cicatrizadas.
Caio a cada obstáculo que se apresenta no meu percurso,
quase sempre repleto de tentativas de entender
cada dificuldade, por mais minha que seja esta experiência
de sucumbir, existe sempre alguma novidade e consequente
equilibrio, disfarçado de tudo, será sempre sentido,
em toda a sua pequenez, intimidando a criança
que se esconde por dentro ao olhar para o vazio introspectivo
residente no velho que está sentado lá mais à frente,
ainda assim, continua a brincar ao faz de conta.
O fascínio pelas poses que ostentam a superior confiança,
o brilho obscuro de egos untados por idealismos,
apoiados por elites que brindam com sorrisos réptilianos
e punhais reluzentes atrás das costas, ostentados por
mãos lavadas.
Sei que a certa altura vim parar a esta mesa bicuda,
não me lembro do caminho percorrido,
o rídiculo tem uma forma muito própria de nos apanhar,
um camaleão que altera os seus padrões coloridos
entre o quase divino e o racionalmente óbvio,
metamorfose de clone e aniquilação do original.
Tenho um mapa que me foi oferecido, agora é só
decifrar o que está impresso numa cópia da cópia da cópia,
alguém sabe o caminho para onde desconheço ir?
Não há tempo a perder, vou dar uso a um improviso,
vou pelas montanhas, já sei demasiado bem
as vertigens, existem medos, e o de cair
de um penhasco é um doce em comparação
com a morte lenta do veneno do esquecimento.
1 comentário:
O verbo que vem a seguir ao "cair" é sempre "levantar" :-)
Esse lugar para onde te diriges ser-te-á sempre desconhecido, mas não deixes de caminhar. Afinal até tens um mapa ;-)
Retribuo o teu gesto
https://www.youtube.com/watch?v=XNPHpYLSzq4
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