sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Preciso

 

 De novo ausente, acordei com um pé a dar um passo tímido
para fora daquele sonho, quando despertei reparei que estava ausente
desta realidade, sentei-me na cama enquanto esfreguei os olhos numa
tentativa qualquer de alguma coisa que me estimulasse a consciência,
enquanto esse processo decorria levantei-me e vesti-me
de roupas à pressa, o sol já estava a espalhar a sua luz no horizonte
coberto de névoas rasteiras e os gatos corriam pelo quintal
numa urgência final de noite já acabada, com a mesma pressa
com que eles pulavam por cima dos vasos de flores
assim saí eu de casa.

   No fim da linha quando a descoberta foi a viagem
tudo o que teve de arder, ardeu, agora é apenas lume apagado
com algumas brasas fantasma encobertas pelas cinzas.

   Uma espera infinita, que ridículo seria se assim fosse,
quase que me faz rir, quase que me provoca alguma coisa,
afinal a jovialidade sempre foi casada com a simplicidade.