domingo, 30 de setembro de 2007

Conflito


Queremos dar aquilo que não podemos ter
camuflando com altruismos os nossos divinos
egoismos, como poderemos ser plenos se
desconhecemos o que assim nos torna.


Expresso o meu silêncio em simbólico luto
ao que ignoro, ao que tento, a mim.


De que matéria é feita aquilo que nos sustêm,
de que luz, de que cores, de que perspectivas,
enfim, de que propósito...?


Absorvo tudo aquilo que sinto, as contaminações
tóxicas provocadas pelas arritmias existênciais,
regurgito do mais íntimo tinta, papel e Absinto


Conflito

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Retro Regional


Branco voluptuoso, seio de luxúria em contraste
com o negro desejável, ocupado de tudo o que se
encontra em seu redor.


Todos os espectros dançam com as invisibilidades,
aquelas que se encontram nas luzes e nos fumos,
nas espirituosas e nos desocupados entretantos
protegidos pelas sombras.


Numa silênciosa e expectante celebração pelos
primeiros ofuzcantes raiares matinais,
dançamos um pelo outro vangloriando
os intervalos espaçados antes das nossas
mortes.


Antes dos nossos esqueletos se tornarem inertes
e descontaminados pelo bater dos nossos corações.


domingo, 23 de setembro de 2007

Singularidade


Somos Petalas brancas sabendo a amarga existencia da doce decadência.


Somos pedacos de coisas disformes feitos de algumas parecensas
dentro de toda a diferenca que o ar nos faz crer,


Petalas brancas, de cruel descrença, com toda a indiferenca
de quem um dia nasceu e parte de si não quis ser


Petalas brancas, pretas e vermelhas, de mais cores ainda,
de todas as cores de perspectivas que a vida permite conter.


Soltam-se da flor, desprendem-se do florescer,
para nunca mais à sua origem voltar,


Petalas que a uma brisa eterna desejariam ser,


Sendo no fim permitida apenas uma ténue escolha,
antes de na velha folhagem esmurecer
qual flor, no fim da queda, ajudar a fortalecer.



Hoje caimos em sitios confusos, alimentando caminhos difusos.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Percursor


Tento repousar sob um confinamento de rede metálica
enquanto absorvo o seu frio estéril, durmo com sonhar
definido de crente, antes e depois de te querer até...

Sangrarmos o nosso amor

Impulsionado pelo tédio, força motriz que contrasteia
o comodismo do conforto do que é inerte e desprovido
de sangue novo, anseio

Por todos nós

Fico expectante pelas manifestações brutas que as
tempestades tão bem exibem, entedermo-nos
em perfeita sintonia, agradeço com a maior
gratidão e vergo-me perante com toda a minha
Soberania

Pondo-nos nos nossos lugares, mais por mal
que por bem.

Por Nós.

domingo, 9 de setembro de 2007

Ser


A Sonhar...

Desperto, sento-me na cama.

Liberto o profundo e fantasmagorico bocejo daquilo que foi sonhado.

Programar pra modo de sobrevivência.

Confirmo os meus desejos.

Abraço os meus demónios.

ORDENO-ME

Observo o involucro, raspo a carapaça, sabe-me a algo de quase bom.

Sinto-me.

Estou quase pronto.

As minhas pernas estão na sua plena dinâmica.

Sinto que espreito o poder proveniente do meu interior, acredito.

Sorrio desconfiadamente.

Sou

Querer Ser




Acordei cedo, aos primeiros raios solares
aos ainda, e sempre, raios lunares
que me eclipsam o consciente diurno e
ao mesmo tempo enaltecem em mim
tudo aquilo que vive e respira á noite.

Quis!

Tudo o que se permite verdadeiramente a Ser.

Observei de imediato que, sempre que,

as entidades flutuantes se encontram em terra
ganham o poder não divino de nada ter como seu,
e então começa a fria aquisição de territorios
através da invasão das almas e dos corpos,

"eu vi, eu vim, eu venci."

Como consequência da simples constatação,
de que nao temos de aceitar de forma vegetativa
as feridas causadas,
sejam de formato casual ou pelo coracao!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Uma Crença


Flutuando naquilo que sólido e compacto com as coisas
que nos sustêm ao material mortal,

Sou.

Fui tudo deixando de o ser no tão cruel e breve instante
sentido por mim no momento do Sonho.

As ninfas observaram-me durante a ascensão do triunfante vôo
até á menos majestosa e esperada queda no profundo e negro,

Abismo

Querido por e para mim.
A queda é profunda com a negritude avassaladora
que perturba o espaço interior e o Tempo terreno

Dá-me aquilo que é indecifrável, o infinito, toda a morte
que ainda existe pra ser vivida e egoistamente sentida
observei todos os familiares queridos, eles contaram-me
o que neles já estava perdido, os males do vivido
quando entre eles deparei que a paz apenas coexistia com
aqueles que já tinham morrido.

Na congregada sala juntei o que ainda ardia entre as cinzas
simbolismo flutuante de tudo aquilo que nos tráz a paz
a Harmonia em oscilações de vôos e quedas
que em vida são os frutos do conhecimento

Que ao findar da floração nos são trazidos,
dizendo que a vida é divinamente sofrida.

Despertei

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Capricórnio a seus pés


Mordida ao nascer pelo frio mais gélido de um pássaro de neve,
foste enregelada por esse estranho destino,
Princesa que nunca sorri.

Invocando tudo aquilo em que acreditas verdadeiramente,
anulando que os factos, antes de o serem,
no seu exterior, não passam de vãs suposições,

Espalhas um eclipse, onde e quando o sol brilhe.
Sempre que o sol brilhe a meus pés.

Ao fusco-lusco aproximas-te, e como a neve,
falo gentilmente pra que possas ouvir-me,
eu sei o teu medo. Ele esta a crescer...

Ele ainda irá crescer mais e eu vou contar-te verdades
que já conheces, nao vais gostar, mas tambem verdades
que nao conheces, irás sorrir antes de desacreditares,

No fim, o sinal da cruz irá acompanhar-te à cama em Capricórnio.

Sempre com Capricórnio a seus pés,
prestando vassalagem, orgulhosamente submisso!

O teu medo está a crescer.
Tu conhéce-lo bem, sabes que faz parte de ti,
quanto mais o sabes, maior é ele em ti.
Ao conhece-lo, mais sorris por o saber, e tens medo.

Destinados ao vento mais tumultuoso que sopra
nesta tão nossa alta e violenta montanha,
Irás subila, pois sabes que a tua Pedra Filosofal
se encontra no seu topo, até que todo o medo
seja a harmonia absoluta.

Tudo em ti...

Serás o mais profundo receio de todas as pessoas,
o elemento mais reconfortante,
e tal como todos os conceitos aprendidos com o sofrimento.
irás simbolizar todo o medo de todos, em contraste com aquilo
que não foi vivido pelos demais, e depois...

Eclipsaras tudo com a tua fria e crua realidade,

Fria como o pássaro de neve e crua como
todas as fraquezas de ser humano.

Leva-me na tua doce e sinistra subida!