segunda-feira, 14 de outubro de 2013

As ultimas e as primeiras palavras

   Atrito, inércia, forças castradoras ou desafiadoras,
o medo provoca paralesia ou acção, escolhe quem queres ser.

   Modo errante, bohémio irremediável, imune a razões equilibradas,
a vida é aquilo que a fantasia me faz sentir,
escolho a leveza, tento ser uma personagem
com mente dispersa aos pulos numa pista de dança.

    Solitário, nómada nas horas vagas, divagações conscientes
numa natureza livre de pessoas, limpa de julgamentos,
realidade solar, a luz e o silêncio das palavras, eu sou.

   Não consigo lidar da melhor forma com as rotinas,
as obrigações condicionam o tempo das pessoas,
passam-se os dias e as semanas e entretanto estão velhas,
como eu estou, saturado de saber que cada vez vale menos a pena
preocupar-me com todas estas coisas que no fim se resumem
a nada.

   A vida passou tão depressa, devia ter aproveitado melhor os
passeios ao sol, devia ter dito que amava mais vezes,
mesmo sem receber de volta tal reconhecimento,
afinal de contas o amor existe dentro da solidão reconhecida
de cada um e o alvo de tal sentimento difícilmente
irá entender a grandeza que lhe é dedicada,
senão conseguir ver o seu próprio reflexo em mim.

2 comentários:

Red Angel disse...

Gostei...

No entanto, acreditas se eu dizer que ainda há muito tempo para "aproveitar"?

Red Angel disse...

* disser

Perdoa-me o (meu) desalinho :-)