terça-feira, 10 de setembro de 2013

Diário do Sonho

Sei que posso fazer aquilo que quiser,
vou sair deste sítio feito de ti,
é o meu objectivo óbvio,
de tão óbvio que ele é consigo manter-me sempre
mais um pouco nesse teu doce veneno,
berço de carícias eternas e de poucas palavras,
porque as palavras não sabem fazer sentir
a respiração sobre a pele quente.

Os teus olhos falam-me de sítios por onde já viveste aventuras,
identifico-me de alguma forma com essas aventuras,
como se lá tivesse estado contigo,
descubro que nunca tinha estado contigo
em circunstancia alguma mas, aceito a minha inexistência
dentro de toda a tua existência como se fosses um universo
originário de todo o meu ser.

Vou-me embora.

   Mas antes quero estar mais um pouco contigo,
eu já sei que vou acordar e certamente
esta vai ser a única vez que vou estar na tua etérea presença,
és feita de pedaços de idealização fabricada
na minha subconsciência, mulher,
tranquilidade absoluta dentro de uma inquietação infinita,
dizes-me; Sempre fui e nunca serei de ninguêm, nem de ti.