terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Tempo Secreto

  As ideias acordam desarrumadas comigo,
aquelas que deitei no frio da noite anterior,
as mesmas que me embalaram ao de leve,
deitado na cama dos pensamentos justos,
em que os olhos fecharam sem contar o tempo,
porque nos sonhos não existem relógios.

  Tenho a coragem de me levantar de novo,
oiço as notícias do dia e visto-me sem pressas,
dou o primeiro passo ao vestir as calças,
o segundo, mais seguro, a olhar a luz tímida do dia,
o terceiro, não o conto, será o primeiro dos esquecidos.

  Defino missões e aconchego os sonhos no lugar deles,
saio de casa e deixo a desarrumação com a cama por fazer,
as inquietações acompanhar-me-ão durante o dia completo,
não exijo nada nem me irei queixar a ninguém,
agora apenas sinto e contemplo o que de melhor se esconde,
caminho e mais contemplo ainda a luz que me toca.

  Lembro-me de ti, óh sempre presente, não te incomodo,
a paz da minha ausência toca-te no esquecimento,
sei que existes e agradeço-te a um deus inventado por mim.



2 comentários:

Red Angel disse...

Bem... Eu também sou das que deixa a cama por fazer :-D

Gostava muito de saber como é esse deus por ti inventado.

Luis Nogueira Damas disse...

Após uma breve análise, talvez seja uma espécie de Orpheu. :)