terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Antes da Palavra

  Amor, noção de afecto mais relativa que pode existir,
toda a gente tem uma noção dele, sem se aperceber que
nenhuma é igual, da mesma forma que até os sentidos
mais directos são únicos na percepção das mesmas coisas,
tais como os cheiros, os sabores e as cores, apesar de parecerem
comungar de uma sintonia universal a todas as pessoas,
são na verdade, uma percepção volátil, não definida entre
o preto ou branco mas dispersa ao longo de um espectro de cinzentos.

  Ainda assim, o mérito do mesmo reside na ousadia
de pintar este quadro a duas mãos, numa tentativa
de uma tonalidade o mais próxima possível,
cada esboço singular de cada uma das mãos compõem
uma figura, criação esta que apenas surgirá se a sensibilidade
for semelhante entre estas duas mãos, o resultado final, a obra,
esta sim, estará mais próxima de uma verdadeira definição
da própria palavra.

  Sendo a cor, a percepção sensorial do mundo,
e a figura desenhada, a forma concreta ou
antevista na grandeza e significado da palavra.

1 comentário:

Red Angel disse...

Se antes da palavra é assim, como será depois da palavra?