quarta-feira, 21 de abril de 2010

Game Over


Chuva e vento por detrás do vidro molhado,
pensamento dissolvido por dentro das minhas memórias felizes,
chuva líquida e pensamento espesso,
ambos arrastam-se ao querer do vento
pela mesma percepção escorrida
de pequenos universos finitos.

Os nunca mais são tão maiores que os para sempre.

A parte de nós que aspira a um Olimpo privado
nunca se resignará a qualquer impossibilidade
criada por outrem, jamais.

No espaço paralelo criado por nós neste mesmo tempo
interior, Nós ainda permanecemos como apenas um ser
completo composto por duas metades imperfeitas.

6 comentários:

Fatima disse...

Li e em silêncio saí, voltei, li e de novo em silêncio, saí... cá estou de novo, em silêncio, pois não me ouves, mas digo-te, que este poema é uma maravilha, é dos que conseguem fazer com que eu leia e releia sem parar. Parabéns.

Gostei muito.
Fatima

mia. disse...

"Os nunca mais são tão maiores que os para sempre"

palavras acertadas. gostei imenso!

DarkViolet disse...

e se na imperfeição residir o suculento paladar da viagem, alguém olvidará a natureza?
Tudo tem asas neste mundos paralelos, deixar ir, procurar na "chuva e no vento" a letra da continuação

Angela Oliveira disse...

Tens jeito para a escrita. Já te vi no Olhares, ou estarei enganada? :)

Anónimo disse...

Creio que ele se matou: Game Over!

Nádia disse...

Maravilhoso!