Hoje saí do sono com a mesma visão escura e baça.
Com a mesma perspectiva periférica que observei as ninfas
abissais e os altos vôos seguidos da sua vertiginosa queda
nos sitios de água desconhecida e turva de ansiedade,
onde territoaliza o Sonho.
Levantei-me da cama de madeira escura de verniz gasto
ainda de movimentos arrastados, dirigi-me à água que correu
mais próxima, em missão de renovação ocular, no encontro de
água descontaminada de incerteza, plena de brilho
consegui repôr alguma clareza e recalibrar a ferramenta
que pensa ser introspéctiva.
As cores não conseguiram fazer o seu habitual sentido
senti-as diferentes de significado e confundi o que reflectiam
reorganizei-as em dois sitios distintos, um agradável e outro
infeliz, adoptando uma visão colorida de sentido monocromático .
2 comentários:
À dias em que também acordo assim...
À dias que não pareço eu...
Bjs
Quando os dias se vestem de preto e branco é difícil encontrar alguma tranquilidade.
É difícil escolher entre o branco vazio e o preto cruel quando todas as outras cores parecem tão distantes... E aí apenas os sonhos podem continuar a ser cor-de-rosa sem ferir a vista de ninguém e é aí,nos sonhos, que podemos encontrar o tal sítio agradável e coloridamente monocromático.
Desculpa a intrusão mas acho que a escrita deve ser sentida e isto foi o que retirei da tua.
P.S. Gostei muito do título do teu blog e da tua Lua d'Inverno.
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