segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Lua d´Inverno


Recebendo a parte de luz clarividente que nos foi destinada
tivemos a absorção que foi limitada por nós próprios ao desejar
em total acordo tudo o que nos foi dado.


Convalescente-mente aceitámo-nos.


De partes mais pequenas, de insignificantes tamanhos que somos
em fronte deste interlúdio singular, aparentado com o temido caos
sempre que menosprezamos com o suposto entendimento,
em tudo redutor, em tudo lancinante pelas sombras no espaço do mais
profundo consciente, primitivo e animalesco de subserviência.


Procuro entender observando a paisagem sozinho,
vejo as pequenas elevações a sul que a terra faz,
as variações de tonalidades nos socalcos circundantes,
sinto-as sob a forma de sopros de luz que esbatem no
meu consciente, corro ideias de descrente que começa
por querer acreditar, mas porém, apenas julgar e condenar
ao tentar soprar de volta as imagens prós sombrios socalcos
da terra.


O pôr-de-sol está próximo, o frio nocturno começou a descender
sobre mim, sobre a minha cabeça, sobre esta parte de terra,
em breve deixarão de se distinguir os sombrios socalcos
das pequenas elevações terrenas onde repousarão aves negras,
momento em que os questionares se unirão numa única lua de inverno
orgulhosamente gélida e pálida, que nos revelará por dentro,
todos os mistérios feitos de desejo e medo.


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