sábado, 17 de novembro de 2007

Coiso


Em ponta fina de metal que expele limpeza pensativa
concentração de água fria que lava as impurezas mortas
aquelas que estão na terra e atraem as moscas
assim purificámos os nossos corações por um bater
mais compassado de sangue vivo.

Para que exista um receber mais puro de estimulos
em tudo quanto inspiro e aglutino,
ao sentar-me neste velho banco de madeira
decorado de torres e castelos a cair.

No tempo que parou por nós e cessou por momentos
o desmoronar deste mundo á nossa volta.

Em perturbado silêncio tentámos decifrar este pedaço
de tempo que foi e será para sempre apenas nosso,
e ansiando por entender o que vive em ti, quis
enquanto me atrapalhei com toques que me denunciaram
suspirei e senti-me vivo em ti.

Era tarde e afastámo-nos na incerteza de novo eclipse lunar
saimos de mansinho por entre as pedras que continuaram a cair
entre as mulheres que espreitavam ás janelas das portas de madeira
e a sul permaneci a ver o por-de-sol a norte.

Estremeci.

Ao vê-lo descer as escadas a sorrir, amei-o pra sempre.

2 comentários:

aWhiteLie disse...

Consegues pôr-me a sorrir tão facilmente.
Como quando te vi acanhado perto de mim.
=)
Um beijo.

Maria Inácio disse...

"Era tarde e afastámo-nos na incerteza de novo eclipse lunar"
No meu caso, as coisas mudam um pouco, o que torna de certa forma o sofrimento mais intenso.
Vamos-nos ver por muitas vezes, porque no nosso percurso juntos, fizemos algo, que vai ser sempre dos dois.Por esse motivo nunca vamos deixar de nos ver.....

Beijos e desejos de que possam haver mais reecontros como este, mas a sós, sem que as vizinhas espreitem pelas janelas