domingo, 14 de outubro de 2007

Ontem




Tentei chegar a casa com bagagem de cadáver flutuante,
sob um luar que empalidecia as partes que mais sentiam
a hora aproximáva-se e ainda não tinha onde me sepultar.




Não me recordo de onde vim nem pra onde vou,
alguêm chama-me numa colina, alguêm que também
me parece andar a divagar, embora num modo mais confiante
daquele que eu sinto e vejo em mim, sigo atrás arrastando
o corpo desalmado e pálido de sangue.




Movemo-nos com sangue frio nos entrespaços que separam
as casas das ruas, o passeio de calçada dos que buscam e quase
nunca encontram o caminho dos não-escravos.




Encontro-te




Tu, num momento cheio de inesperado
fico como nunca fiquei dentro de uma parte
de mim que desconhecia existir na realidade
Querida, a uma distância de década existêncial
a uma distância encurtada a um mero nada.



Desconheço a melhor forma de agir, nunca tive que o fazer
sendo a única coisa possível, dialogar



Ontem

2 comentários:

aWhiteLie disse...

Fez-me sorrir .
Ontem.

Anónimo disse...

adorei

só um capricorniano escreve assim.
:)
vou linkar vc sem pedir autorização
:)