quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Nutshell


Divagantes nocturnos, somos
enquanto deambulamos pelo esquecimento dos outros
em busca do que se esconde lá dentro,
do mundo que mais se acanha em revelar os seus intentos.

Lá fora chove insensatamente sobre uma mesa vermelha,
as gotas de água que lhe caem em cima findam-se nela,
como numa ultima homenagem de mártir elementar.

Dentro de casa, as traves de madeira absorvem
a humidade a mais no ar, a luz das velas enaltece
a minha solitária presença com vultos de sombras
e luz amarela ardida, gosto de me encontrar
nesta casa perdida, ela está viva e convida-me
a sentar e servir-me dos seus cheiros de madeira
crescida de sombras de noite fria de inverno.

Leio a chuva que cai no inverno exterior,
cai separada em goticulas menores,
cada uma sozinha entre tantas,
vejo o capitulo da mesa vermelha,
a água aglomera-se sobre ela, dizem-lhe coisas parecidas,
cada uma com o seu discurso único de gota,
terminam todas concluindo no mesmo sitio,
sobre o vermelho, sobre elas próprias.

Como se entendessem no fim, que vêm todas do mesmo
único sitio de água, antes do inicio da sua queda combinada

Certo é o inverno frio dentro de mim.

4 comentários:

Anónimo disse...

como será ler a chuva?
cada gota é uma letra?
então talvez os livros sejam editados em dias de cheias.
...
ainda bem q existe a chuva, então.
:)
bjs

Unknown disse...

Espreita o meu blog, chama-se pontasolta...quanto a ti gostei mto!

Minerva disse...

E porque que é que é certo o inverno frio dentro de ti?

Respondes?

adc disse...

Sinto-me em casa!

:)

Bjs