quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Quarta Pessoa

 Apesar dos espelhos, as vibrações reflectiram-se nas pessoas,
sentadas na surrateira sombra, debaixo de candeeiros apagados
de cristal, suspensos, atentos e hipnóticos, sobre os olhares
presentes em quadros de duplicação da mesma realidade,
a terceira pessoa em mim.

  Lá fora, a chuva que adormece, continuamente, as gotas que
repousam juntas das que chegaram anteriormente, no
berço de chão molhado que criaram, sejam as palavras aéreas,
a construir uma ideia ao alcance desta mente de Homem.

  Das palavras pensadas e escritas no momento saiu a próxima ideia,
que antecedeu a surpresa das próximas palavras que iriam ser escritas.

  No mesmo alinhamento continuo, onde começaram
as primeiras, nas linhas em branco por baixo,
pareciam não ter sentido, tal como um gesto infantil
pode aparentar não ter, embora, toda a essência resida
incompreendida nesse gesto.

Sem comentários: