segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Rua Solar


Desço a rua num passo leve de quem caminha ao ritmo
a que decorre um pensamento de sonhar acordado,
paro e penso, sou tal e qual eu sou, tal e qual,
retomo a descida da rua e aceno com a cabeça para os lados,
nego e sorrio quase ingénuamente em quatro passos.


Digo apenas pra mim, há comportamentos caracteristicos
do ser, excepções no trato do mesmo manifestam-se
em alterações no comportamento, ainda que que nunca
deixem de ser comportamentos caracteristicos do mesmo ser.


Chego á porta de casa e sento-me no degrau de pedra fria,
o sol que repousa levemente sobre mim, luz que abraça
o mais sentido frio, mais frio que o da pedra onde estou,
fecho os olhos e aguardo por qualquer pensamento indistinto,
resta-me o circular sanguíneo que se encosta perto dos poros
que aquece e faz uma maior distinção no interior de sensações.


Frio.


Morno.


Até que, apenas o insensível tépido.


2 comentários:

DarkViolet disse...

A pedra aquece a Alma no seu abismo de emoções. Cada degrau é para enrolar remoinhos, passos e mais passos até ao estrondo, da escuridão à luz ou vice-versa

Pipapi disse...

Gostei...