sábado, 3 de novembro de 2012

Eu e a Chuva




   Durante o voo vertical as nuvens transfiguram um novo
alcance longínquo, os pássaros podem ser tocados
em pleno céu, as suas asas acariciam os ventos e as
brisas e todas as coisas que passam aqui em cima,
agora vejo que nesta altitude as nuvens baixas
estão à mesma distancia quando vistas do chão,
causam uma vertigem inversa.

   Existe um céu por cima do céu, existem horizontes
com outros horizontes, existem ideias que crescem e
amadurecem e cheiram e sabem a descoberta.

   Agora já não consigo entender a profundidade,
as nuvens que fazem sombra sobre outras nuvens
assemelham-se a montanhas num sonho passado
num planeta distante, antes de chegar ao chão
lembro-me dos teus olhos fixos nos meus
e das palavras que nunca dissemos.

 

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