quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ritmos


Hoje é noite de ritmos não tão apreciáveis quanto a exigente
vontade de libertar os primeiros pensamentos de crua realidade,
que insiste cada vez mais em enraizar-se na alma que me preenche
e quer transbordar o excesso para o espaço exterior feito de ar,
que se respira e continua a ser o mesmo desde sempre,
utilizado por outros tantos que já não são,
por outros tantos que há muito o utilizam e dizem.


" A vida é uma coisa engraçada..."



As cruéis provações do ser que ainda resiste em não acreditar,
que realmente foram coisas que aconteceram e assim o formaram
e moldaram a existência sentida de coisas que se preferem ter
como irreais.

Estou sentado e recuso-me ainda a aceitar a realidade,
que é tão maior que qualquer idealização selvagem
que o meu intelecto consegue fabricar,
como uma recordação de algo que nunca existiu e tenta
pela força da razão apaziguar a nua e sentida vivência
do que nos rodeia e nos invade impiedosamente.

Hoje tento aceitar a tão pura realidade,
que não é escrita em palavras vans e imprecisas
descrições do ser que tento.

Ontem fui e consegui com a facilidade com que algo nasce
sem as barreiras feitas de matéria inerte,
inexistente de quaisqueres vontades concebidas numa
necessidade que foi e será sempre presente.

3 comentários:

DarkViolet disse...

A crua sensação de perturbar os ritmos na louca alucinação de sentir, cujo espírito deveria ajudar a matéria a fortalecer suas raízes nos vasos das vielas da vida

Anónimo disse...

gostei muito de seus escritos! difícil comentá-los...

aWhiteLie disse...

Há ritmos que não se apreciam pois a realidade e a verdade chegam
para nos acordarem de um sonho bom. O transbordamento para o
exterior faz parte, o mesmo exterior é que nos consome negativamente,
pois o transbordamento deve ser suave.
Ás vezes por tentarmos resistir à realidade idealizamos demais.
Ás vezes por impormos a realidade destruimos o nosso coração, que
nos guia e que é a única coisa que nos diz o que sentimos.
Ás vezes temos que ser simplesmente nós e não algo que tentamos ser.